Que o portal de “notícias” UOL é um dos maiores aliados do desonesto ativismo LGBT na disseminação dos números fraudulentos de homofobia no Brasil, você já sabe. As páginas do UOL são sempre espaço para disseminação dos números de GRUPO GAY DA BAHIA, TRANSGENDER EUROPE e ANTRA. Números estes que eles costumam anunciar como sendo “assassinatos motivados por homofobia no Brasil” mesmo que estas ONGs na verdade misturem casos de mortes por causas naturais, mortes de heterossexuais assassinados por homossexuais, mortes por overdose, mortes de traficantes de drogas e de assaltantes homossexuais. O UOL foi o único grande veículo de imprensa que insistiu em publicar os dados do GRUPO GAY DA BAHIA em 2018.
Mas em uma matéria publicada dia 20 de fevereiro de 2019 o UOL assumiu níveis dantescos de #fakenews. A manchete afirma que a cada 16 horas morre uma vítima de homofobia no Brasil. O dado já chama atenção porque no ano de maior produtividade de toda a história dos dados do GGB, o ano de 2017, a ONG baiana contou 445 casos, uma morte a cada 19 horas (e isso incluídos os casos de suicídio, morte por acidente et cetera). Como pode ser que nos últimos anos a média tenha sido de um assassinato a cada 16 horas se o ano com maior número de mortes teve menos morte que isso?
Sabemos que a maioria destas mortes não pode ser honestamente atribuída à homofobia, mas ignore isto, porque a coisa aqui é mais absurda. A manchete do UOL se baseia num documento produzido por Julio Pinheiro Cardia, um ativista LGBT que ocupou uma cadeira do Ministério dos Direitos Humanos dos anos Dilma, e enviado à AGU em nome do ministério. Julio se limitou a somar os números do Grupo Gay da Bahia + os números da ONG Transgender Europe + os números de um serviço público de denúncias anônimas: o Disque 100 ao longo dos anos.
A matéria informa que: “No documento, Cardia somou as denúncias de assassinato registradas entre 2011 e 2018 pelo Disque 100 (um canal criado para receber informações sobre violações aos direitos humanos), pelo Transgender Europe e pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), totalizando 4.422 mortos no período.
Isso equivale a 552 mortes por ano, ou uma vítima de homofobia a cada 16 horas no país. Enquanto o Disque 100 anotou 529 denúncias de assassinato entre 2011 e 2018, a Transgender Europe informou 1.206 homicídios de transexuais e o GGB registrou 2.687 mortes.“
Repito: ignore o fato de que o GGB misturou nestes últimos anos casos de morte por overdose na Itália, morte por causas naturais na Inglaterra, morte de travesti venezuelano assassinado na Espanha, morte por infarto durante o orgasmo, morte de heterossexual assassinado por homossexual como se fossem crimes motivados por homofobia no Brasil.
Ignore o fato de que a TGEU inclui mortes de travesti assassinado por travesti e mortes por causas não determinadas e morte de traficante como se fossem crimes por homofobia.
Ignore o fato de que o Disque 100 é um canal de denúncias anônimas por telefone, sujeito a trotes, a duplicidade de denúncias e a enganos na qualificação das mortes denunciadas.
Concentre-se no fato incrível de que – ao meramente somar os números totais de notificações da TGEU com os do GGB – os produtores da fraudulenta afirmação de que a cada 16 horas morreu um homossexual vítima de homofobia no Brasil contabilizaram boa parte das mortes DUAS VEZES!
A grande diferença entre os dois levantamentos é que a TGEU só lista notícias sobre travestis masculinos (e, raramente, lésbicas masculinizadas) enquanto o GGB é mais amplo, listando também lésbicas femininas, homossexuais não travestis, bissexuais e até alguns heterossexuais. O TGEU (ao contrário do GGB) não costuma listar suicídios, acidentes e mortes por causas naturais (exceto quando há dúvida sobre ter sido assassinato)
Embora nos últimos anos os coletores dos dados da TGEU no Brasil sejam da ONG REDE TRANS, em anos anteriores era o próprio GGB (que se limitava a informar ao TGEU um recorte dos assassinatos contabilizados em seus dados que tivessem vitimado travestis).
Observe clicando neste, neste e neste links que as mortes listadas pelo TGEU no Brasil no relatório 2014-2015 também estavam nos dados do GGB destes dois anos e que o próprio GGB é apresentado como fonte para os casos brasileiros do relatório TGEU. E assim também aconteceu com a maioria dos casos nos demais anos, mesmo depois de o GGB entregar o bastão pra Rede Trans: os dados que aparecem no relatório da ONG europeia também aparecem no relatório da ONG baiana.
Ao simplesmente somar o total dos números do GGB ao total dos números da TGEU, Cardia promoveu o milagre da multiplicação das mortes por homofobia, já que casos como o de Beatriz Presley, travesti que morreu de causa desconhecida (não se sabe se morte natural, suicídio ou homicídio) em sua própria casa, em 2017, aparecem em ambos os levantamentos.
É com este desleixo grotesco que empresas de jornalismo e órgãos públicos tratam uma questão de tamanha relevância. Ou será que em vez de “desleixo” deveríamos dizer que trata-se de uma “muito cuidadosa” desonestidade?
E SOBRE OS DADOS DO DISQUE 100?
Que os dados da TGEU foram duplicados é o que se pode AFIRMAR (já que é possível checar a lista de ambas as ONGs e ver que a maior parte das mortes da TGEU também aparecem no GGB), mas há ainda os dados não públicos do Disque 100, que também foram usados no cálculo.
Imagine que a morte de um travesti tenha sido também denunciada ao Disque 100: teremos a mesma morte 3 vezes no mesmo total de dados. Imagine que a morte de uma lésbica feminilizada tenha sido denunciada ao Disque 100: possivelmente ela também estará nos dados do GGB, tendo sido multiplicada por duas.
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