O GGB listou 4 pessoas classificadas pela ONG como bissexuais e que teriam sido mortas em função da homotransfobia. Os dados estão disponíveis no relatório disponibilizado no próprio site do Grupo Gay da Bahia. Vejamos os casos.
PASTOR ANDERSON DO CARMO | NITERÓI, RJ
O primeiro caso é de uma inacreditável coincidência. Hoje a pastora e cantora evangélica Flordelis teve seu mandato cassado. Sentei para escrever um post sobre o caso, mas deu preguiça e resolvi dar seguimento ao trabalho de revisão dos casos do GGB em 2019.
Eis que o primeiro caso que peguei para revisar (e não, não foi planejado, eu sequer sabia que ele havia sido incluído no relatório) se trata da vítima da ex-deputada.

O caso é de amplo conhecimento público. Flordelis foi indiciada como mandante de um assassinato no qual estão envolvidos também filhos adotivos da ex-pastora. A família é de uma estrutura erótico-afetiva digna de dar inveja aos mais pesados filmes eróticos da saudosa Revista Brazil Sex Magazine. Quando você começa a ler as notícias sobre investigações e depoimentos de testemunhas, não tem como não se perder na suruba: é filho que come o mãe, é ex-filho que vira marido e começa a comer a ex-irmã caçula.
O próprio Anderson já havia sido filho e genro de Flordelis, antes de se tornar marido dela. Diante deste cenário digno dos mais depravados contos eróticos familiares, não seria de me causar surpresa que o o pastor fosse também bissexual. Eu não sabia que era, mas o Grupo Gay da Bahia diz que sim. E que teria sido este o motivo de ele ter sido assassinado: homotransfobia estrutural. Atá!
SADIR LIMA DO NASCIMENTO
Sadir era usuário de drogas e estava internado, de forma compulsória, numa clínica psiquiátrica. Fugiu da clínica e profissionais foram encarregados de buscá-lo de volta para a internação, ele resistiu à recaptura e matou um enfermeiro a facadas. Foi preso, e – na prisão – acabou morto por colegas de cela. Não há nenhuma informação dando conta da sexualidade da vítima, na matéria informada como fonte pelo GGB.
Crime motivado por homotransfobia, diz o Grupo Gay da Bahia.
ANTONIO CEZAR PEREIRA | LAGES, SC
O link informado pelo GGB está quebrado, mas buscando no Google pelo nome e tendo atenção à época do crime e cidade onde ocorreu podemos saber que se trata de um homem que foi encontrado morto com pênis e dedos decepados, dentro da própria casa. Não há indicação de motivação nas matérias jornalísticas sobre o caso. Antônio tinha se separado há pouco tempo e tinha duas filhas.
EVERTON TEIXEIRA GARZON | SÃO CARLOS, SP
Everton era casado com o travesti Bruna. Ambos tiveram um desentendimento e Bruna esfaqueou o companheiro, que morreu no local. Segundo Bruna, Everton foi quem sacou a faca e Bruna reagiu em legítima defesa, desarmando o marido e o ferindo a óbito.
Segundo o Grupo Gay da Bahia: morte motivada por homotransfobia.
VEJA A REVISÃO SOBRE “LÉSBICAS” MORTAS POR “HOMOTRANSFOBIA”
Mais cedo publicamos uma revisão sobre os 31 casos de lésbicas mortas por homotransfobia, segundo o relatório 2019 do Grupo Gay da Bahia. A revisão foi dividida em três partes.
Para acessar os dados, clique aqui, aqui e aqui.

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